A Semana



O mogiano que escondeu Tiradentes

A Inconfidência Mineira foi uma tentativa de revolta abortada pelo governo em 1789, em pleno ciclo do ouro, na então capitania de Minas Gerais, no Brasil, contra, entre outros motivos, a execução da derrama e o domínio português. Para quem não sabe: No Brasil Colônia, a derrama era um dispositivo fiscal aplicado em Minas Gerais a partir de 1751 a fim de assegurar o teto de cem arrobas anuais na arrecadação do quinto…O quinto era a retenção de 20% do ouro em pó ou folhetas ou pepitas que eram direcionadas diretamente a Coroa Portuguesa.

A Inconfidência liderada pelo alferes Joaquim José da Silva Xavier, conhecido por Tiradentes, era formado pelos poetas Tomas Antonio Gonzaga e Cláudio Manuel da Costa, o dono de mina Inácio de Alvarenga, o padre Rolim, entre outros representantes da elite mineira.

A ideia do grupo era conquistar a liberdade definitiva e implantar o sistema de governo republicano em nosso país

Estes inconfidentes chegaram a definir até mesmo uma nova bandeira para o Brasil. Ela seria composta por um triângulo vermelho num fundo branco, com a inscrição em latim: Libertas QuaeSeraTamen (Liberdade ainda que Tardia)

Mas toda essa ideia não foi avante porque um deles, Joaquim Silvério dos Reis, para conseguir que o governo perdoasse suas dívidas acabou por delatar todo o esquema.

Tiradentes foi para o Rio de Janeiro e sabendo que o governo já tinha conhecimento da revolta tentou se esconder. O padre Inácio Nogueira levou Tiradentes para a casa do artesão Domingos Fernandes da Cruz, 64 anos, solteiro, paulista de Mogi das Cruzes que morava sozinho com mais dois escravos na rua dos Latoeiros, hoje rua Gonçalves Dias.

Domingos Fernandes Cruz aceitou esconder em sua casa/oficina um oficial fugitivo que nunca tinha visto antes atendendo a um pedido de sua comadre Inácia (Gertrudes de Almeida) ­– a viúva explicou ao artesão que aquele homem havia curado sua filha, portanto tinha a obrigação de ajudá-lo.

Tiradentes teve a casa cercada ainda no dia 10 de maio de 1789 por soldados originais da cidade de Estremoz. Escondeu-se atrás das cortinas da cama, segurando um bacamarte carregado, cedido por Matias Sanches Brandão, e mantendo duas pistolas por perto, cedidas por Francisco Xavier Machado. Quando os soldados invadiram o quarto, Tiradentes entregou-se.

Fontes:

  • Internet
  • História de Mogi das Cruzes, Isaac Grinberg, 1961
  • Tiradentes – Lucas Figueiredo
Rouxinol Mogi

Mogiano, é designer gráfico com trabalhos em vários jornais da região. Pesquisador da história de Mogi das Cruzes há quarenta anos. Recebeu vários prêmios: duas vezes o “Profissionais do Ano” e uma vez “Personalidades de Mogi e Região”, prêmios esses pela divulgação da história de Mogi. Lançou seu primeiro livro “Mogy Antiga”em 11 de dezembro de 2021 onde fala sobre as histórias, curiosidades e personagens da nossa cidade.

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