A Semana



Mulheres na política: desafios e superações

No cenário político de Mogi das Cruzes, as mulheres enfrentam desafios marcantes para conquistar e manter seus lugares. Com apenas três vereadoras entre os 23 membros da Câmara Municipal, a representatividade feminina ainda é uma questão em desenvolvimento na cidade. Neste Dia Internacional da Mulher, o jornal A Semana destaca o papel e os obstáculos enfrentados por essas mulheres que buscam contribuir para a construção de uma Mogi mais justa e equitativa.

Política para todos

Fernanda Moreno (MDB), atualmente em seu segundo mandato, destaca que desde sua primeira eleição, testemunhou mudanças significativas no ambiente político local. “Fui a menos votada no primeiro mandato e, em 2020, fui reeleita com uma votação expressiva, isso foi resultado do meu trabalho”, afirma. Sua atuação incisiva, com foco no bem-estar animal, se estende também a ações direcionadas a mulheres e idosos. Para ela, o desafio de aumentar a presença feminina na política reside, em grande parte, nas próprias mulheres, que, muitas vezes, não votam em outras mulheres. “É importante votar com base na competência, mas o apoio entre as mulheres é essencial para superar obstáculos e consolidar avanços na busca por igualdade”.

A educação como ferramenta

Eleita pela primeira vez em 2000, Inês Paz (PSOL), desde os anos 70 atua de forma política, na época, contra a ditadura e em defesa da liberdade e democracia. Hoje, de volta à Câmara com sua postura crítica e oposição ao governo atual, destaca-se pela defesa incansável das pautas educacionais. Professora de formação, Inês acredita que a educação é a chave para uma maior inserção feminina na política. As barreiras conservadoras, segundo ela, limitam as conversas democráticas e impedem a representação plena de todas as esferas da sociedade. “É necessário superar tais obstáculos para construir um ambiente político mais inclusivo e diversificado”.

A mais jovem da história

Malu Fernandes, a vereadora mais jovem da história da cidade, foi eleita aos 21 anos e enfrentou inicialmente estereótipos por sua relação com a base do governo. Hoje, com uma atuação independente, ela concentra esforços na promoção da educação e no apoio aos jovens. A vice-presidência da Câmara Municipal e a presidência da Comissão da Saúde refletem sua dedicação e competência. “Paralelamente ao nosso trabalho pela educação, fizemos um trabalho de projeto de lei direcionado ao pré-natal e à presença das doulas nas maternidades”, ressalta. Apesar de seu respeito conquistado através do trabalho, Malu observa que a mulher na política ainda precisa enfrentar comentários e brincadeiras injustas, ainda que sutis, ressaltando a necessidade de superar estereótipos de gênero no campo político. “São situações que um homem, por exemplo, não precisa enfrentar”.

Redação

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