O Hospital Arnaldo Pezzuti Cavalcante, em Mogi das Cruzes, foi inaugurado em 1917, após uma construção ambiciosa que refletia o engajamento do Estado de São Paulo e do Departamento de Profilaxia da Lepra na luta contra a hanseníase. Ele foi construído por alas, sendo a última, a Oeste, a ser inaugurada. O nome original era Asilo Colônia Santo Ângelo, e foi o primeiro asilo-colônia da rede asilar paulista. Recebeu esse nome porque foi instalado em terras doadas pela Ordem dos Carmelitas, próximas à antiga Capela Santo Ângelo.
O hospital funcionava como uma “minicidade”, com espaços para atender às necessidades diárias dos pacientes, como assistência religiosa, lazer e acesso a produtos manufaturados.
Até a década de 1960, o hospital recebia pacientes internados por causa da hanseníase, também conhecida como lepra. Atualmente, o hospital atende muitos pacientes crônicos e portadores do vírus HIV.
Segundo fontes, a ideia partiu de um pensamento trazido da Europa em que os doentes de lepra viviam sequestrados. Modelo idêntico ao da Europa, onde o isolamento em milhares de leprosários extinguira a moléstia. Emílio Ribas, médico sanitarista, apresentou um projeto de um leprosário-modelo que incorporou todo o pensamento médico em relação a espaços para isolamento de leprosos. Dos seus estudos e orientação técnica, surgiu o Asilo-Colônia de Santo Ângelo, pedra angular do edifício do D.P.L., cuja organização foi e é considerada como das mais perfeitas do mundo.
De acordo com discurso de Sales Gomes Jr., a propósito de serviços de combate à lepra, foi Emílio Ribas o primeiro a planejá-los, embora a outros tocasse realizá-los. Estabeleceu que os leprosários deviam situar-se no continente e não em ilhas. Queria-os ao alcance das famílias dos enfermos.
Este hospital ainda mantém uma colônia de pacientes hansenianos internados e que moram nele, sendo a colônia existente ao lado do hospital o lar desses pacientes.
Mantém hoje unidades de internação (UTI Infantil, UTI Adulto, Centro cirúrgico, Centro de Fisioterapia e Reabilitação) e Unidade de Dependência Química masculina. Do antigo modelo, restam o Pavilhão Geriátrico e o Pavilhão Santista.
Fontes:
– Que é que meu bairro tem – Projeto Ariano Vilar Suassuna – Dezembro de 1986
– História de Mogi das Cruzes – Isaac Grinberg – 1961
Foto:
– Vista aérea do leprosário em 1930





