A Semana



Vila de Santa Anna pertencia a Capitania de São Vicente ou da Capitania de Santo Amaro?

A dúvida de que Mogi pertenceria a Capitania de São Vicente ou  de Santo Amaro foi levantada pelo escritor, historiador e juiz de Direito Augusto Ferraz de Arruda que em 2000 e a convite do Chico Ornelas publicou sua “Notas de Revisão da História de Mogi das Cruzes” no O Diário de Mogi em seis fascículos, de 23 de abril a 28 de maio do mesmo ano.

Vamos aos fatos!

Em 1532, Dom João III instituiu o regime de capitanias hereditárias no Brasil. Esse regime jurídico de colonização já havia sido empregado por Portugal no Açores, Madeira e ilhas de Cabo Verde. O regime consistia na repartição do Brasil em grandes lotes de terra que eram doados com a incumbência dos donatários de trazer colonos, assentar vilas e conceder datas e sesmarias.

O donatário detinha o poder supremo de governa-la, além de erguer uma vila que seria a sede da capitania. Ali funcionaria os serviços administrativos começando com a instalação da Câmara do Conselho, cujos membros eram eleitos pelo “homens bons” que eram chamados de vedores, hoje, vereadores. O donatário também nomeava um tabelião, e um juiz ordinário. Já o rei nomeava um provedor da Fazenda Real para proceder a arrecadação do quinto.

Segundo Augusto Ferraz de Arruda, aprendemos que as capitanias hereditárias se dividiam em linhas retas e paralelas que partiam da costa para o interior do Brasil, um certo número de léguas de terra, que começavam à beira-mar e prosseguiam com a mesma largura inicial para o interior, até encontrar a linha de Tordesilhas.

O território ficou dividido em zonas paralelas, mas umas mais largas que as outras.

A capitania de Santo Amaro de propriedade de Pero Lopes de Souza ficava entre as capitanias do Rio de Janeiro e de São Vicente, estas duas do irmão Martin Afonso de Souza, tinha uma deflexão a partir da costa rumo Noroeste, até alcançar a latitude de 23 graus, circunstância que mudava completamente a localização geográfica das duas futuras vilas de São Paulo e Mogi das Cruzes, colocando-as nos domínios de Pero Lopes de Souza, ou seja, na capitania de Santo Amaro.

Fontes:

– Notas de Revisão da História de Mogi Cruzes – Augusto Ferraz de Arruda  O Diário de Mogi – 2000

Rouxinol Mogi

Mogiano, é designer gráfico com trabalhos em vários jornais da região. Pesquisador da história de Mogi das Cruzes há quarenta anos. Recebeu vários prêmios: duas vezes o “Profissionais do Ano” e uma vez “Personalidades de Mogi e Região”, prêmios esses pela divulgação da história de Mogi. Lançou seu primeiro livro “Mogy Antiga”em 11 de dezembro de 2021 onde fala sobre as histórias, curiosidades e personagens da nossa cidade.

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