A Secretaria da Saúde recebeu um ofício da Santa Casa de Mogi das Cruzes informando que o hospital filantrópico não tem interesse em renovar o convênio para o atendimento no Pronto-Socorro.
Durante muitos anos, a Santa Casa pleiteou o aumento do repasse destinado ao convênio do PS, o que foi atendido no ano de 2021 pela atual gestão municipal. O teto estipulado para pagamento mensal do convênio é de cerca de R$ 2,2 milhões. Contudo, os repasses são feitos somente mediante a comprovação dos gastos e, nos últimos meses, o hospital tem comprovado um gasto médio mensal de R$ 1.819.532,27.
A informação foi confirmada pela consultora de Saúde da Prefeitura de Mogi, Andreia Godoy, à jornalista Marilei Schiavi, na Rádio Metropolitana, na de quinta-feira, dia 30. A consultora explicou que a administração municipal foi surpreendida com a informação. “Fomos surpreendidos. Temos tido um bom relacionamento com a administração da Santa Casa, tivemos diversas reuniões e numa fala do Ministério Público, o procurador perguntou se eles estavam satisfeitos com o relacionamento com a Prefeitura e eles disseram que sim”, explicou.
A consultora esclareceu ainda que o próprio secretário da Saúde, Zeno Morrone Junior, entrou em contato com a filantrópica após o recebimento do ofício e, como resposta, recebeu apenas a informação de que a Santa Casa “não veria vantagem em manter o convênio”. Uma reunião entre a Prefeitura Municipal e a Santa Casa, convocada pela Câmara, deve acontecer no próximo dia 5 de julho, às 10h.
Alternativas
O Pronto-Socorro da Santa Casa tem contrato com a Prefeitura desde 2009 e funciona 24 horas por dia, sete dias por semana. De acordo com Andreia Godoy, o local tem capacidade para atender 12 mil pacientes por mês e responde, aproximadamente, por 13,5% do total de atendimentos de urgência e emergência na cidade.
Caso o contrato, que encerra dia 28 de agosto, não seja realmente renovado, a prefeitura já busca alternativas para suprir essa demanda de atendimento. Andreia explicou que estão sendo realizados estudos técnicos para verificar a viabilidade da instalação do PS em um prédio público municipal, mas reforça a delicadeza do caso: “Um Pronto-Socorro precisa de estar atrelado a um hospital, para oferecer uma retaguarda maior no atendimento de casos mais graves. Estamos avaliando várias situações, inclusive do Hospital Municipal, mas a ideia é um prédio próprio, para que o município tenha um poder maior de gestão”.
A reportagem entrou em contato com a Santa Casa para saber o motivo do desinteresse em não renovar o contrato, mas a instituição informou que só se manifesta via ofício.