A Semana



Região contesta dados do Censo que mostram diminuição da população

O Consórcio de Desenvolvimento dos Municípios do Alto Tietê (Condemat) questiona os números apresentados pelo Censo 2022 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Os dados mostram nível populacional abaixo da última estimativa do órgão, situação que trará grandes impactos financeiros para as cidades da Região. Na segunda-feira (17), prefeitos e gestores municipais se reuniram com o superintendente estadual do IBGE, Francisco Garrido Barcia, e o coordenador técnico do IBGE, Vando da Paz, para discutir os resultados.

Na comparação com a última prévia do instituto, de 2021, a Região do Condemat apresentou diminuição de 5,75% de sua população, ou seja, 185.407 pessoas. Vale ressaltar que esse é o ano base utilizado para o Fundo de Participação dos Municípios (FPM) e pelo menos quatro cidades do Alto Tietê- Arujá, Mairiporã, Poá e Salesópolis – terão redução nos repasses do recurso que chega a representar mais de 10% das receitas municipais.

“A questão não é o número populacional, mas a repercussão disso nos repasses financeiros que as cidades acabarão perdendo, além de outros pontos como a Reforma Tributária que prevê distribuição de acordo com o contingente populacional, e os reflexos nas políticas públicas em geral”, detalhou o presidente Caio Cunha.


Dados

Os dados de pessoas vacinadas nos municípios, assim como os números de títulos eleitorais, foi um dos registros administrativos apresentados pelos prefeitos, que questionaram também o fato de pessoas em situação de rua e bairros mais afastados não terem sido contabilizados pelo censo.

O superintendente do IBGE explicou que os apontamentos feitos passarão por uma análise das diretorias técnicas do órgão após serem enviados pelo meio oficial aberto para atender o Brasil inteiro. “O IBGE já disponibilizou um canal para fazer essa argumentação, e certamente acolherá como tem feito, e fará uma resposta através de ofício”, disse.

Incoerências

O prefeito de Santa Isabel, Carlos Chinchilla, exemplificou que na cidade o número de moradias consideradas como de veraneio ultrapassou os dados existentes no cadastro municipal. “Não temos os instrumentos locais para que possamos fazer, por exemplo, um censo municipal de cada um dos 14 municípios do consórcio, isso é altamente preocupante. A posição do IBGE não poderia ser essa, mas sim de negociação”, analisou Carlos Chinchilla.

O coordenador da Câmara Técnica de Finanças do Condemat e secretário municipal de Finanças de Arujá, Caio Vieira de Araújo, ressaltou no encontro que os resultados têm importantes impactos nos orçamentos municipais. O valor pode representar entre 10% e 30% da fonte de recursos das cidades. “No caso, por exemplo, de Arujá, Poá e Salesópolis a estimativa é de uma perda em torno de R$ 5 milhões por causa da estimativa menor do Censo”, esclareceu Araújo.

Redação

Fundado em de maio de 1998, o jornal A Semana pauta seu trabalho jornalístico nos princípios da ética e profissionalismo, oferecendo informação, cultura e entretenimento a milhares de leitores.

Comente abaixo