A Semana



Primeira música de álbum de Henrique Abib chega às plataformas digitais

“Meu Quintal”, último disco do mogiano, Henrique Abib, já está disponível nas plataformas de música (Spotfy, Deezer, Apple Music e outras). “Sambaqui” foi a canção escolhida para estreia do álbum marcado pela despedida do compositor, que faleceu em julho de 2023. Composto por 11 faixas, o trabalho será disponibilizado na íntegra em 16 de maio, data de aniversário do artista.

Produzido por Mateus Sartori, o disco foi gravado no Estúdio Municipal de Áudio e Música de Mogi das Cruzes (EMAM), por meio de edital municipal. Participam do álbum os intérpretes Gui Bandeira, Pedro Abib, Aline Chiaradia, Paulo Henrique (PH), Gui Cardoso, Mateus Sartori, Waldir Vera, Valéria Custódio e Lívia Barros.

Com arranjos e instrumentação de Danilo Silva e Evandro dos Reis, “Meu Quintal” reúne apenas composições de Abib. Acostumado às parcerias em “Teu nome” (2000), “O que Min’Alma Velha Guarda” (2009) e “O Filho do Quilombo” (2020), dessa vez a ideia era um registro de memórias e reflexões alimentadas ao longo do tempo.

As canções

“Cambaio”, na voz de Mateus Sartori a canção faz parte do repertório do álbum com os versos: “Tá cheio, balaio/Quem disse que caio/Lhe disse besteira/Apesar do peso/Sigo pela pirambeira”. Uma canção em que o compositor mostra jogo de cintura para encarar os desafios da vida.

Em o “O Maquinista”, Abib retoma suas lembranças e narra o fascínio de um menino pela condução dos trens na estrada de ferro da Central do Brasil. O percurso ligava São Paulo ao Rio de Janeiro, passando por sua cidade natal, Mogi das Cruzes. A canção é interpretada por Lívia Barros.

As memórias estão ainda mais presentes na música título do disco “Meu Quintal”, interpretada por Waldir Vera: “No meu quintal/Havia um poço profundo/um pé de limão/um caramanchão/tinha varal/e as roupas de um vasto mundo/que vestiam sonhos/naqueles meninos”. Já em “Sambaqui”, com Gui Bandeira no vocal, o compositor avisa: “Deixa estar/Pois pra tudo nessa vida tem solução/Manda rodar/Esse filme tantas vezes vi…”

A natureza e os povos originários são celebrados em “Manhãs na Aldeia”, na voz de Aline Chiaradia: “Vim para evocar o Xamã/Vim para me encontrar/Na chuva, no vento que é para me defender”, enquanto em “Tons”, interpretada por Mateus Sartori, o compositor brinca com os significados atribuídos à palavra título da canção: “Prefiro o tom contido/Ao desmedido e sem pudor/Contudo o meu preferido/O que me faz mais sentido/É o tom do amor”.

“Maria do Luar”, “Temporal”, “Navegador”, Contrapartida e “Na Gafieira” são as demais músicas de “Meu Quintal”, nas vozes de Valéria Custódio, Evandro dos Reis, Paulo Henrique (PH), Gui Cardoso e Pedro Abib.

Trajetória

Autodidata, Abib aprendeu a tocar violão ainda jovem, mas nunca imaginou se tornar um profissional da música. O gosto pela composição veio anos mais tarde, especialmente no fim dos anos 1990. À época reunia dezenas de canções feitas despretensiosamente, nos horários de folga do trabalho e fins de semana.

Ao perceber o montante de canções que vinha arquivando, surgiu a ideia de registrar algumas delas. Nesse primeiro CD, Abib usou recursos próprios e contou com amigos para custear a produção. “Teu Nome” tem 16 músicas que se encaixam no estilo MPB.

A primeira experiência o levou, em 2008, a planejar “O que Min’Alma Velha Guarda”, decerto o trabalho mais conhecido do artista. Calcado no samba, o CD marcou também a presença de Abib nos palcos. Mesmo relutante, ele se dispôs a cantar – junto aos demais intérpretes – durante os shows realizados em Mogi das Cruzes.

“O Filho do Quilombo”, com quatro canções, foi o último trabalho antes de “Meu Quintal”. Ao longo de todos esses anos, Henrique Abib também firmou importantes parcerias e suas canções estão presentes em trabalhos de outros artistas como Mateus Sartori e Paulo Henrique (PH), com quem divide a autoria de “Serra do Itapety”, em homenagem à Mogi das Cruzes.

Os trabalhos de Henrique Abib podem ser conferidos nas plataformas: Spotfy, Deezer e Apple Music.

Redação

Fundado em de maio de 1998, o jornal A Semana pauta seu trabalho jornalístico nos princípios da ética e profissionalismo, oferecendo informação, cultura e entretenimento a milhares de leitores.

Comente abaixo