A Semana



O distrito de Taiaçupeba

O distrito tem esse nome devido à grande quantidade de Queixadas (Tayassu pecari), espécie de porcos selvagens que os índios chamavam de TAI (dentes) ASSU (grande) PEBA (branco), que existiam nas margens do Rio Jundiaí, que corta a região e que deságua no rio Tietê na divisa entre Mogi das Cruzes e Suzano.
A sua colonização começou quando o local passou a ser utilizado por bandeirantes para repouso e acampamento, sendo que na época tinha o nome de Campo Grande, e seu território compreendiam a dos atuais distritos de Taiaçupeba, Biritiba-Ussu, Jundiapeba e Quatinga.

No inicio do século XIX cresce o número de habitantes, por causa da atividade agrícola. Por volta desta época a primeira capela em devoção a Santa Cruz é erguida, próximo às margens de um Ribeirão, nos arredores do povoado. Daí surge o nome do bairro de Capela do Ribeirão, nome que é utilizado ainda hoje para denominar o bairro sede do distrito.

Com o passar dos anos a pequena capela, as margens do ribeirão, já não atendiam a crescente população. Outro motivo para ter sido abandonada se dá pelas altas do ribeirão inundarem a construção. Por volta da metade do século XIX a atual Igreja de Santa Cruz começa a ser erguida. Esta construção, em taipa de pilão, é considerado um marco na fundação do povoado.

Em 6 de junho de 1864, a pedido do benfeitor do bairro, Cypriano Branco da Silva, a nova Igreja de Santa Cruz da Capela do Ribeirão é benta (abençoada) dando início aos ofícios religiosos. A data foi tomada como fundação do bairro de Capela do Ribeirão, sede do distrito de Taiaçupeba. Durante anos as igrejas de Taiaçupeba estavam sob direção dos frades carmelitas do Convento de Nossa Senhora do Carmo, em Mogi das Cruzes.

Com a criação da Diocese de Mogi das Cruzes em 1962 a Paróquia de Santa Cruz da Capela do Ribeirão é criada, tornando o templo erguido no século XIX a Igreja Matriz desta paróquia que conta com as seguintes comunidades: Igreja Nossa Senhora da Imaculada Conceição, no bairro da Vargem Grande datada da década de 1940, em taipa de pilão, Igreja Santa Teresinha do Menino Jesus no Bairro dos Pintos, Igreja Santo Antônio no bairro de Aroeiras, Igreja Nossa Senhora das Brotas, no bairro do Barroso datada entre o fim do século XIX e início do século XX. Foi erguida em taipa de pilão e o templo guarda a imagem de Nossa Senhora das Brotas em madeira, confeccionada por J.B.C. (José Benedicto da Cruz), conhecido pela alcunha de Zé Santeiro e Igreja Nossa Senhora da Piedade, no distrito de Quatinga.

Em 31 de dezembro de 1927 pela Lei nº 2.257 é criado o distrito de Taiaçupeba, com sede no bairro da Capela do Ribeirão.

Conhecida por sua ampla região de mata nativa, Taiaçupeba se destaca como o ‘Distrito Natureza” de Mogi. Dentre seus muitos pontos turísticos se encontra o Parque das Neblinas, que “é uma reserva ambiental da Suzano Papel e Celulose, gerida pelo Instituto Ecofuturo, onde são desenvolvidas atividades de ecoturismo, educação ambiental, pesquisa científica, manejo e restauração florestal, e participação comunitária” segundo o Instituto Ecofuturo.

O bairro sede Capela do Ribeirão, assim como os bairros adjacentes do distrito, ainda preservam muitas características históricas que contrastam com a modernidade.

Rouxinol Mogi

Mogiano, é designer gráfico com trabalhos em vários jornais da região. Pesquisador da história de Mogi das Cruzes há quarenta anos. Recebeu vários prêmios: duas vezes o “Profissionais do Ano” e uma vez “Personalidades de Mogi e Região”, prêmios esses pela divulgação da história de Mogi. Lançou seu primeiro livro “Mogy Antiga”em 11 de dezembro de 2021 onde fala sobre as histórias, curiosidades e personagens da nossa cidade.

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