Junho chegou tingido de violeta, cor que simboliza sabedoria, respeito e dignidade — valores que, infelizmente, nem sempre são garantidos às pessoas idosas. A campanha Junho Violeta, que marca o mês de conscientização pelo fim da violência contra a pessoa idosa, é mais do que uma data simbólica: é um chamado à ação, especialmente em cidades como Mogi das Cruzes e em toda a região do Alto Tietê, onde a população idosa cresce a cada ano.
A violência contra os idosos assume muitas formas: física, psicológica, financeira, institucional e, talvez a mais cruel de todas, o abandono. Em muitos casos, essa violência acontece dentro das próprias casas, por parte de familiares. Outras vezes, é social: aparece no olhar impaciente, no atendimento negligente, no preconceito velado e nas oportunidades negadas. É o etarismo — o preconceito contra a velhice — que retira da pessoa idosa o direito de participar, de opinar, de existir com plenitude.
Dados e campanhas são importantes, mas nada substitui o impacto de uma população consciente. É nesse ponto que o Junho Violeta encontra seu maior desafio: mobilizar a sociedade para enxergar o idoso com empatia, valor e humanidade. As ações precisam ser reforçadas, replicadas e integradas ao cotidiano da cidade.
O respeito à pessoa idosa começa em casa, se estende às ruas, aos serviços públicos e privados, e alcança seu ápice quando cada cidadão se reconhece como parte de uma rede de proteção. É preciso ouvir mais, acolher mais e agir com mais responsabilidade. Afinal, envelhecer com dignidade é um direito — e também uma construção coletiva.
Que o Junho Violeta em Mogi e no Alto Tietê seja mais do que um alerta. Que seja um compromisso permanente com a dignidade de quem já fez tanto por todos nós — e que merece respeito, cuidado e voz.