A Semana



Gaspar Vaz, fundador de Mogi

Natural da capitania do Espírito Santo, nascido em aproximadamente 1542, Gaspar Vaz fez parte da bandeira de Antonio Raposo Tavares, na sua entrada ao Guairá em 1628, casou com Francisca Cardoso que faleceu em 1611, filha de Braz Cardoso e Francisca da Costa, naturais de Mezão Frio em Portugal.
Com Francisca Cardoso teve onze filhos, oito mulheres e três homens. Seu filho, Gaspar Vaz Cardoso recebeu data de terra em Mogi em 1625, Antonio Vaz Cardoso e Braz Cardoso em 1626, mas Braz Cardoso não ficou em Mogi, foi morar em São Paulo onde se tornou almotacel em 1641 e vereador em 1644.

Já as filhas foram casadas com indivíduos que tinham posses de terras e ocuparam cargos públicos nas vilas. Duas delas casaram com membros da família Cunha Gago. A outra, Domingas Cardoso tornou-se freira com o nome de “irmã Domingas do Rosário”. Em 1611 ela juntou-se ao seu pai e doaram terras a Ordem Primeira do Carmo.

Em 1562 tornou-se escrivão das datas de terras da Capitania de Santo Amaro.

Em 1599 elegeu-se vereador tornando-se assim parte no seleto grupo de homens-bons da vila de Piratininga. Neste mesmo ano é eleito almotacel, sendo que nos anos seguintes ganhou o cargo de juiz.
Paralelamente à carreira política dedicou-se também ao comércio de carne de porco e fez parte de um grupo de comerciantes que escapava ao tabelamento de preços estipulado pela Câmara em 1601.
Em abril de 1601 já não estava em São Paulo, empenhado na abertura de caminho por terra ligando a vila aos campos de Boigi. O acesso a essa área só era possível pelos rios. Ao longo do caminho foram se estabelecendo novos moradores, conforme atestam as concessões de sesmarias, a primeira delas requerida pelo próprio Gaspar Vaz.

Aos 22 de setembro de 1608, ele pediu e conseguiu uma sesmaria em Mogi das Cruzes, então chamada de Mogi-Mirim, onde já era morador estabelecido com mulher e filhos.

Sua fazenda em Mogi era a maior de todas as datas de terras que ficava ao lado da matriz.

Em Mogi, aos 11 de março de 1611 Francisca Cardoso, doente de cama, ditou seu testamento ao Padre João Álvares, tendo por testemunhas Francisco Vaz Coelho, Braz, Gaspar e João da Piña, Antonio de Proença, João de Almeida e Antonio da Paz. Nele declarou 11 filhos de seu casal: “tres filhos varões e oito filhas”.

Para abrir o inventário, Gaspar Vaz veio para São Paulo e se hospedou na casa de Bartolomeu Gonçalves (marido de Domingas Rodrigues), nos arredores da vila de São Paulo.
Francisca faleceu em 14 de março 1611.

Por avaliadores da fazenda que ficou em Mogi foram indicados e prestaram juramento Francisco Vaz Coelho e Braz da Piña, que devem ter acompanhado Gaspar Vaz e o corpo de Francisca a São Paulo, para ser sepultado na Igreja do Carmo. Estando em São Paulo com muitos dos moradores de Mogi, Gaspar Vaz encabeçou um requerimento solicitando a elevação da povoação de Santa Ana de Mogy à categoria de Vila, assinado pelo governador em 08 de abril de 1611.
Gaspar Vaz faleceu em 1633.

Fontes

  • Calhaus e Burgaus – Jair Rocha Batalha – 1958
  • Gaspar Vaz, Fundador de Mogi das Cruzes – Isaac Grinberg – 1980
  • História de Mogi das Cruzes – Isaac Grinberg – 1961
  • História Colonial de Mogi das Cruzes Elite e Formação da Vila – Madalena Marques Dias – 2010
  • https://www.geni.com/people/Gaspar-Vaz-fundador-de-Mogi-das-Cruzes-SP/6000000004419644002
Rouxinol Mogi

Mogiano, é designer gráfico com trabalhos em vários jornais da região. Pesquisador da história de Mogi das Cruzes há quarenta anos. Recebeu vários prêmios: duas vezes o “Profissionais do Ano” e uma vez “Personalidades de Mogi e Região”, prêmios esses pela divulgação da história de Mogi. Lançou seu primeiro livro “Mogy Antiga”em 11 de dezembro de 2021 onde fala sobre as histórias, curiosidades e personagens da nossa cidade.

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