As origens remotas da Festa do Divino estão na Alemanha como resultado das festas públicas romanas da “Florália”, que era a celebração do renascer da vida na primavera.
Da Alemanha, a festa do Divino foi levada a Portugal, pela rainha Dona Izabel e pelo rei D. Diniz, e incorporada à igreja como festa religiosa no início do século XIV.
Depois, introduzida no Brasil pelos colonizadores portugueses, o folclore da festa precisou adaptar-se às características climáticas locais.
Mário de Andrade esteve na Festa do Divino de Mogi das Cruzes entre 24 e 31 de maio de 1936 quando os festeiros foram Francisco Ferreira Lopes e Jardelina Lopes. O que mais impressionou Mário de Andrade na festa foi a Entrada dos Palmitos e a maneira de serem transportados por carros de boi. Ele ainda afirmou que se tratava de um fato inusitado, comparado às outras festas no Brasil.
Acervo do Instituto de Estudos Brasileiros – USP – Arquivo Mário de Andrade
Ele aponta também uma relação entre esta parte do ritual com o culto vegetal da primavera nas festas pagãs europeias das Maias, antigas festas populares dos primeiros dias de maio. Em Mogi, a tradição de enfeitar os carros de boi com gêneros alimentícios e flores é preservada até os dias de hoje.
Baseado em documentos históricos como por exemplo, um excerto dos “Livros de Gasto e Receita da 1ª Ordem do Carmo de 1749 a 1762, referente à pasta 06, do Arquivo Central da Província Carmelitana de Santo Elias, Carmo, Belo Horizonte-MG, temos o trecho transcrito, conforme a ortografia da época que documenta os gastos com “sera” (cera para vela) em função da Festa do Divino daquele período (1749 a 1762), é o seguinte: “Sera…G (gasto)…Em sera para a missa e Festa do Espirito Santo…1$773”.
Portanto podemos dizer com toda certeza que desde 1749 já se realizava a nossa Festa do Divino Espírito Santo.
Fontes:
- A Festa do Divino em Mogi das Cruzes Folclore e Massificação na Sociedade Contemporânea – Fernando Oliveira de Moraes – 2003
- Mogi das Cruzes das Origens à Festa do Divino – José De Carlo Filho e José Maria Rodrigues Filho – 1989