A urgência da solidariedade diante do frio que chegou antes do tempo

O inverno ainda não começou oficialmente – a data marcada é 20 de junho –, mas o frio já tomou conta das ruas de Mogi das Cruzes e das cidades da região do Alto Tietê. As manhãs geladas e as noites ainda mais cortantes escancararam uma realidade dura para milhares de pessoas que não têm um cobertor, uma blusa quente ou mesmo um teto que as proteja das baixas temperaturas.
A antecipação do frio deste ano é um alerta, e não apenas sobre as mudanças climáticas. É um chamado urgente à solidariedade.
Campanhas do agasalho já estão em andamento em toda a região. São ações promovidas por prefeituras, igrejas, ONGs, empresas e grupos de voluntários que se mobilizam para levar roupas, cobertores e carinho a quem mais precisa. Mas essas campanhas só funcionam se cada um de nós fizer sua parte.
Abrir o guarda-roupa e separar aquela blusa que não usamos mais, o cobertor encostado no armário, os casacos que ficaram pequenos nas crianças são gestos simples que podem salvar vidas. Em tempos de frio intenso, a solidariedade aquece muito mais do que o corpo: ela aquece a alma, tanto de quem doa quanto de quem recebe.
Mais do que um gesto individual, é preciso estimular a mobilização coletiva. Escolas podem envolver alunos em arrecadações, comércios podem ser pontos de coleta, e comunidades inteiras podem se organizar para atender bairros vulneráveis. Quando a sociedade se une em torno de um propósito comum, os resultados são muito mais eficazes — e o impacto, transformador.
Não podemos naturalizar o sofrimento dos mais vulneráveis. Crianças, idosos, pessoas em situação de rua, famílias em extrema pobreza enfrentam o frio com muito menos do que o mínimo necessário para resistir. E a omissão, nesses casos, também é uma forma de abandono.
Este é o momento de transformar empatia em ação. De olhar para além de nossas janelas e estender a mão a quem está desprotegido. Mogi das Cruzes e o Alto Tietê têm histórico de união e compaixão. Que essa tradição de cuidado com o próximo continue forte e presente, especialmente agora, quando o frio chegou antes do tempo.