A Semana



A escravidão na região de Mogi

A escravidão está relacionada às guerras e conquistas de territórios, onde os povos vencidos eram submetidos ao trabalho forçado pelos conquistadores.

Pelo que se sabe, os primórdios da escravidão vêm do Oriente Médio (Antigo Oriente), mas povos nas Américas como os maias também se serviram de cativos.

Tal atividade fez parte de todas as civilizações da antiguidade como os assírios, hebreus, babilônios, egípcios, gregos e romanos, variando as suas características dependendo do contexto de cada lugar.

No Brasil a escravidão da população africana foi uma maneira lucrativa que Portugal encontrou de suprir a mão de obra na colônia.

Desse modo, indivíduos de diversas etnias foram trazidos ao Brasil através do tráfico negreiro, em navios abarrotados de pessoas em condições desumanas.

A vida dos escravos na região do Alto Tietê ainda é uma história a ser contada. Existem informações mas elas carecem de um tratamento metodológico mais aprofundado.

Sabemos por exemplo, que o maior contingente de mão-de-obra escrava em São Paulo e cercanias, aí incluindo as cercanias de Mogi eram de indígenas.

Embora a população da vila de Mogy era de mamelucos, com o descobrimento de ouro na região, a mão-de-obra negra ganhou impulso e o fluxo de negros para cá cresceu de forma considerável. Mais tarde com o ciclo do café na região do Vale do Paraíba, essa mão-de-obra foi imprescindível.

Em 1815 a população de Mogi das Cruzes era de 6.705 habitantes, destes, 1.454 eram escravos. Em 1836 já eram 10.490 habitantes sendo que 1.842 eram escravos e em 1870 foi para 14.312 sendo 1.317 escravos.

Entre a população livre, claro que nem todos eram brancos, haviam os mestiços e os negros livres.

Já durante o século XIX, os escravos da região do Alto Tietê, menos de 2 mil, pertenciam a um restrito grupo de senhores, já que não existia na região famílias ricas que pudessem manter uma mão-de-obra tão cara.

Em 1839 um escravo negro foi acusado de assassinar seu senhor. Segundo a lenda, na hora do enforcamento, a corda arrebentou. A população passou a acreditar que o escravo era inocente. O negro Sebastião conquistou assim a devoção do povo tanto que ergueram uma capela na região central de Mogi em sua homenagem.

Fontes:

https://www.todamateria.com.br/escravidao/

Almanaque Alto Tietê – 1998

Rouxinol Mogi

Mogiano, é designer gráfico com trabalhos em vários jornais da região. Pesquisador da história de Mogi das Cruzes há quarenta anos. Recebeu vários prêmios: duas vezes o “Profissionais do Ano” e uma vez “Personalidades de Mogi e Região”, prêmios esses pela divulgação da história de Mogi. Lançou seu primeiro livro “Mogy Antiga”em 11 de dezembro de 2021 onde fala sobre as histórias, curiosidades e personagens da nossa cidade.

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