9 de julho: uma data que marcou Mogi das Cruzes e o ideal de democracia

O dia 9 de julho de 1932 ficou marcado na história como o início da Revolução Constitucionalista, movimento que partiu de São Paulo em defesa de uma nova Constituição para o Brasil. Foi um momento de coragem, em que civis e militares se uniram para exigir o restabelecimento da ordem democrática, após a Revolução de 1930, que resultou na ascensão de Getúlio Vargas ao poder sem respaldo constitucional.
Mogi das Cruzes teve papel importante nesse capítulo da história. Aproximadamente 230 jovens mogianos se alistaram como voluntários no Exército Constitucionalista e participaram da linha de frente. Entre eles, destacam-se os nomes de Fernando Pinheiro Franco, Diogo Oliver, Jair Fontes de Godoy e José Antônio Benedito, que perderam suas vidas nos campos de batalha. A cidade também ofereceu apoio logístico e mobilizou famílias em campanhas para arrecadação de mantimentos, roupas e remédios, demonstrando solidariedade em nome do ideal democrático.
O movimento paulista não alcançou a vitória militar, mas sua luta foi determinante para pressionar o governo federal a convocar, no ano seguinte, a Assembleia Nacional Constituinte que resultaria na Constituição de 1934. A Revolução Constitucionalista, portanto, tornou-se símbolo da resistência civil organizada e do poder do povo quando guiado por ideais democráticos.
Em Mogi, nomes como os desses jovens combatentes são lembrados com respeito e gratidão. Monumentos, placas e homenagens públicas ajudam a manter viva a memória dos que lutaram e, em muitos casos, deram a vida por esse ideal. A cidade tem o dever de preservar esse legado e transmiti-lo às novas gerações.
O feriado do dia 9 de julho foi instituído oficialmente como data cívica em São Paulo para lembrar esse movimento. Passados mais de 90 anos, a memória da Revolução segue viva em monumentos, em nomes de ruas e, principalmente, no compromisso de manter os valores democráticos. Relembrar o sacrifício daqueles que lutaram em 1932 é também reafirmar a importância de uma sociedade guiada pela justiça, pelo diálogo e pela Constituição.
Mogi das Cruzes honra seu passado ao reconhecer o valor dos que, em tempos difíceis, escolheram lutar por um Brasil mais justo.