A Semana



O elo que nunca se quebra: duas mães, dois tempos e o amor incondicional

Neste especial, duas mães compartilham sobre criar, cuidar e amar

No segundo domingo de maio, o Brasil celebra o Dia das Mães. Muito mais do que uma data comercial, esse é um dia carregado de afeto, memórias e significados profundos. É quando o amor mais puro e incondicional ganha voz — nas lembranças, nas saudades, nos gestos e, principalmente, nas histórias. Histórias como a de Kharen Bouridis, mãe em 2024 pela primeira vez, e Regina de Carvalho Andreucci Torres, mãe de três filhos adultos, que revelam, cada uma à sua maneira, como a maternidade transforma para sempre a vida de uma mulher.
Kharen tem 42 anos e é mãe da pequena Luiza, carinhosamente chamada de Lulu, que nasceu no dia 2 de junho de 2024. A descoberta da gravidez foi uma surpresa: ela não esperava mais viver essa experiência e, por isso mesmo, guardou o teste positivo como um símbolo de um momento inesquecível. Nutricionista de formação, mergulhou na gestação com todo o cuidado e dedicação que a profissão e o amor pedem. Criou planilhas para monitorar exames, alimentação, enxoval, hospital e até mesmo as vacinas que a filha tomaria na maternidade. Fez ultrassons com frequência, vibrava com cada novo detalhe revelado e, quando soube que esperava uma menina, começou a visualizar o rostinho, o cheiro e cada traço da filha que crescia dentro de si.
O quarto foi planejado com delicadeza e afeto, em tons suaves de madeira, branco e rosa pastel — minimalista, como Kharen e o marido, Henrique, desejavam. Pouco antes da cirurgia, durante um exame de rotina, os batimentos da bebê começaram a cair. Em poucos minutos, tudo virou urgência. Da sala de exames à maca da internação, Kharen sentia o coração acelerar. Sem Henrique ao lado naquele momento inicial, ela enfrentou o medo sozinha, em estado de choque. Quando ele chegou ao centro cirúrgico, as lágrimas vieram. Era um turbilhão de sentimentos: o receio pela saúde da filha, o medo da cirurgia, o desejo profundo de ver Lulu bem.
E então, às 10h19 da manhã, Lulu nasceu. Pequena, frágil, linda. Quando a colocaram no colo da mãe, pele a pele, tudo mudou. “Eu me derreti. Não queria mais que ela ficasse longe. Queria ela perto, queria sentir, acolher, proteger”, lembra Kharen com emoção. Foi ali que nasceu, junto com a filha, uma nova mulher. Uma mãe.
Hoje, às vésperas de seu primeiro Dia das Mães, Kharen reflete sobre o amor que a maternidade despertou. “Com ela, eu me tornei minha melhor versão. Lulu me ensinou o amor puro, me ensinou a ser altruísta. Aprendi o que é amar incondicionalmente e a desejar mais para ela do que para mim mesma.” Ela define esse sentimento como um pedaço do seu coração fora do corpo. E se pudesse deixar uma mensagem para a filha ler no futuro, ela diria: “Você sempre será amada incondicionalmente. Não importa o que aconteça, eu te apoio, te amo e estarei sempre com você. Te amo do tamanho do amor todinho.”
Já Regina, professora aposentada, vive a plenitude de uma mãe que viu os filhos crescerem, construírem suas próprias famílias e, agora, se dedica com o mesmo amor aos netos. Casada há 44 anos com Adamilton, Regina é mãe de Tatiana, cardiologista de 43 anos; Bruno, engenheiro eletricista de 40; e Diego, engenheiro civil de 37.
Suas gestações aconteceram em um tempo em que não se sabia o sexo dos bebês antes do nascimento, e cada parto foi uma surpresa repleta de emoção. Tatiana nasceu em 1981, e Regina só acreditou que era menina quando foi ao berçário no dia seguinte. Bruno chegou três anos depois, grande e forte, e Diego veio em 1988, adiantado, em um parto que quase surpreendeu até a médica. Para ela, o sexo não importava. “Filho é um presente de Deus. Todos seriam amados, idolatrados e desejados”, afirma com ternura.
As memórias da infância dos filhos são recheadas de amor e de festas inesquecíveis, muitas delas em casa, com decoração feita por ela mesma e shows de palhaço protagonizados pelo próprio marido. “Na época, ele fazia o Pirulito com um amigo, o Piruleta. Alegravam todos. Foi tão marcante que repetimos quando minha filha fez 25 anos”, relembra sorrindo. Regina se orgulha de ter criado os filhos com diálogo e proximidade. “Não eram de fazer peraltices, tudo era na conversa”, conta.
Hoje, a casa se enche de vida com os cinco netos: Renato e José, filhos de Tatiana; Carolina e Davi, filhos de Bruno; e o pequeno Anthony, filho de Diego. “E já já vem mais por aí”, brinca, com aquele tom esperançoso típico das avós apaixonadas.
A relação com os filhos adultos continua tão próxima quanto antes. “Uma vez mãe, é para o resto da vida. Me preocupo com todos. Eles são tudo para mim, minha vida!”, declara. Regina sente orgulho de ver que a criação deu frutos. “Eles valorizam a família, a união e o amor. Sempre um ajudando o outro.”
Para ela, ser mãe de três é uma bênção. É dedicação eterna, amor sem igual. Um sentimento que preenche e acompanha para sempre, mesmo quando os filhos já seguem os próprios caminhos. E o mais bonito disso tudo, segundo Regina, é saber que os filhos continuam permitindo sua presença, seus conselhos e seu amor no dia a dia.
Duas histórias. Dois tempos. Um mesmo sentimento. Do primeiro colo ao cuidado eterno, o amor de mãe é o elo mais forte que existe — e talvez o único que atravessa o tempo sem nunca se perder. Neste Dia das Mães, que as palavras de Kharen e Regina nos façam lembrar da grandeza desse papel, que transforma mulheres em abrigo, força e luz para quem nasce e para quem cresce com elas.

Foto 1 – Kharen e Luiza no seu emocionante nascimento
Foto 2 – Regina relembra seus filhos ainda pequenos

Redação

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