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Mídias sociais e saúde mental: como achar o equilíbrio

As mídias sociais têm transformado a maneira como nos conectamos, comunicamos e compartilhamos informações. Segundo dados do IBGE de 2019, 78,3% das pessoas de 10 anos ou mais estão conectadas à internet. E à medida que a presença online se torna cada vez mais predominante, é necessário explorar o impacto desse uso na saúde mental, com destaque para os crescentes casos de ansiedade e baixa autoestima entre os usuários.

“A tecnologia encurtou distâncias, aproximou pessoas e promoveu a integração global, de uma forma muito rápida. Em parte, isso trouxe inúmeras vantagens, mas, por outro lado, o acesso desenfreado à Internet vem gerando graves perigos”, diz a psicóloga Priscilla Paccitto. Ela acrescenta que as mídias sociais têm o mesmo potencial para provocar dependência como as drogas, o álcool e o cigarro. “Nos Estados Unidos, é empregado o termo “fear of missing out” que, em português, significa “medo de ficar de fora”. Por isso, as pessoas passam horas em “atualizações das redes sociais”, um hábito que, além de prejudicial à mente, decorre do descontrole e busca de aprovações”, diz.

Sintomas

A especialista enumera algumas hipóteses dos sintomas de quem pode estar adicto no uso das redes: impulsividade, ansiedade excessiva, transtornos de humor, hiperatividade, solidão e comprometimentos com a autoestima. Para Priscilla, minimizar as consequências do vício em Internet é, atualmente, um dos maiores desafios para a Saúde Pública. “As redes sociais não são as vilãs, quando usadas com bom senso e responsabilidade. Para melhorar a disciplina e fazer um uso saudável das mídias sociais, é necessário alguns cuidados”, diz, para logo em seguida enumerar: limitar o tempo de uso, priorizar páginas que agreguem valor; evitar o excesso de intimidades na Internet, filtrar a fonte e avaliar a veracidade das informações divulgadas, dentre outros.

Cyberbullying

Priscilla Paccitto alerta para o cuidado especial com a exposição de crianças e adolescentes às mídias sociais. “É importante monitorar os sites que as crianças e adolescentes costumam visitar, limitar o tempo de uso e ficar atento a qualquer sinal de cyberbullying”, alerta, se referindo ao bullying feito no ambiente virtual.

De acordo com ela, esse tipo de ataques pode causar desde fobia social até, em casos mais graves, depressão e pensamentos suicidas. Por isso, ela sempre recomenda procurar ajuda profissional. “Muito importante falar sobre isso, neste momento que acabamos de comemorar o Dia do Psicólogo, profissionais que se empenham na promoção da saúde mental e no mês que trabalhamos apoiando a campanha Setembro Amarelo, movimento que visa intensificar as informações sobre prevenção ao suicídio”, refere a especialista.

Redação

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