A Semana



“Em Evidência”, com Ana Clara Rotta

Ana Clara Rotta | Atriz

Atriz, palhaça, produtora, dramaturga e internacionalista, Ana Clara Ariza Rotta, 33, prepara-se para um novo desafio na carreira: a produção da próxima temporada na Capital da peça de sua autoria “A Queda – Uma sátira sobre os homens”. Mogiana, cresceu na Vila Oliveira e aos 17 anos foi para São Paulo, cursar a faculdade. Lá permaneceu por dez anos, retornou para nossa cidade e aqui vive desde então. Conta que uma memória marcante da infância é de quando, aos seis anos, inventava músicas e fingia estar em um grande musical, descendo as escadas de sua casa como se fosse um palco. Relação precoce com a arte, que revelou sua trajetória. Tentou fugir da carreira artística, pois sabia das dificuldades da profissão, então concluiu Relações Internacionais na Anhembi Morumbi, em 2014. Trabalhou em escritório, não se sentiu realizada e, ao participar de uma oficina de teatro, percebeu qual era o seu caminho. Largou tudo e, em 2018, cursou Teatro na Recriarte. Logo já estava trabalhando em uma produtora de teatro e não parou mais.

Começou a trabalhar aos 15 anos como garçonete na creperia O Tal do Crepe, e seis meses depois, participou do Movimento Ecumênico Focolares, em Vargem Grande Paulista-SP, e trabalhou na padaria Espiga Dourada. Após concluir a faculdade, atuou em um escritório de advocacia internacional e foi recepcionista de uma pousada na ecovila Piracanga, em Itacaré-BA. Aos 23 anos, já com a decisão de ser atriz, retornou para São Paulo, foi assistente de produção e atuou nas companhias Aplauso e Lugibi. De volta à Mogi, abriu uma empresa de comercialização de kombucha, um refrigerante ecológico. No cenário artístico da cidade, foi uma das fundadoras e atua no Coletivo Canto da Lua. Em 2025, recebeu o Prêmio Especial do Júri no Festival Face, em Conselheiro Lafaiete-MG. Ana Clara mora em César de Souza e, nos momentos de lazer, gosta de ir à praia de Itaguaré e de preparar Risoto de Gorgonzola com Pera. Canceriana dramática e sensível, também reconhece que é ansiosa e dependente das redes sociais. Seu estilo é despojado, e uma peça que não pode faltar em seu guarda-roupa é a bandana. Pratica pilates e musculação, sua cor é o verde e seu perfume é La Vie Est Belle, da Lancôme. Recomenda o livro Descolonizando Afetos, de Geni Nunes e o filme Forrest Gump, com Tom Hanks. Das viagens, destaca a capital italiana Roma, pela história e construções milenares e, no Brasil, guarda Itacaré como destino inesquecível, tanto pela energia quanto pelo acolhimento do povo. Seu sonho de consumo é um Montana 0km e seu projeto é a temporada da sua peça em São Paulo. Umbandista, filha de Ogum, e dos pais Ana Cristina, 61, e do Dr. Mateus Rotta, 69, recebeu deles como principal valor a empatia. Na vida, aprendeu que ser mulher é um ato de resistência. “Dentro e fora de casa, precisamos bancar nossos desejos e vontades”, afirma. Sua frase: “A única coisa que você precisa fazer no palco é estar lá… Seu trabalho não é demonstrar, mas habitar o momento”, de Harold Guskin, no livro Como Parar de Atuar.

Redação

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