A Semana



Alferes Salvador Leite Ferraz

“A guarda de honra de Dom Pedro I surgiu com a necessidade de proteger a pessoa do príncipe, garantir sua liberdade de ação e prestigiar sua autoridade contra pressões, incidiosas ou violentas, que aqui e na Europa ameaçavam caçar anelos de liberdade já obtidas pelo Brasil, com o intuito de fazer voltar nossa terra a triste condição de colônia…” dizia o ministro do STF, Pedro Rodovalho Marcondes Chaves na apresentação do livro Descendentes de Participantes da Independência do Brasil de Salvador de Moya.

Membro da aristocracia paulista, descendente de bandeirantes como Fernão Dias Paes, o caçador de esmeraldas e Bartolomeu Bueno, o Anhanguera, Salvador Leite Ferraz, mogiano, acolheu Dom Pedro na sua passagem por Mogi em 23 de agosto de 1822 em seu casarão colonial em Cesar de Souza.

Segundo a história que se conta de geração em geração na família de Salvador Leite Ferraz, Dom Pedro foi tão bem recebido que resolveu convidá-lo a se incorporar a sua comitiva como guarda de hora, tropa de elite do futuro imperador, e que condecorado com a patente de alferes, pode testemunhar o grito do Ipiranga, onde o futuro e primeiro imperador declararia a independência do Brasil de Portugal a 7 de setembro daquele mesmo ano de 1822.

Salvador Leite Ferraz nasceu em 1789 e faleceu em 1835. Era filho do Coronel Manoel Ferraz de Araújo e de Isabel Pedroso, ele descende em linha reta de Verônica Dias Leite, irmã do Caçador de Esmeraldas, Fernão Dias Paes. Veronica foi casada com o primeiro Manoel Ferraz de Araújo. Desse casamento, entre outros filhos, todos grandes bandeirantes (Pedro Dias Leite, cunhado de Manuel Campos Bicudo e Jerônimo Ferraz de Araújo, casado com Maria Riquielme de Gusmán, filha de Baltasar Fernandes, o fundador de Sorocaba) nasceu Antonio Ferraz de Araújo, que casou com Maria Pires, filha de Bartolomeu Bueno, o Anhangüera. Por aí já se vê que Salvador Leite Ferraz pertence às mais destacadas famílias do Brasil Colonial. O inventário, processado em Mogi, Revista da ASBRAP nº 1 171 encontra-se no Arquivo do Estado de São Paulo (1825). E o genealogista Silva Leme traz, em sua obra clássica, documentação abundante sobre esse ilustre mogiano, que conta entre seus ancestrais, em linha reta, Pedro Dias Paes Leme (pai de Verônica e de Fernão Dias Paes) e Bartolomeu Bueno, o Anhanguera.

Fontes:

  • Descendentes de Participantes da Independência do Brasil – Salvador de Moya – Biblioteca Genealógica Brasileira – Vol. 14 – 1972
  • Apontamentos Históricos, Geográficos, Biográficos, Estatísticos e Noticiosos da Província de São Paulo – Manuel Eufrázio de Azevedo Marques – Biblioteca Histórica Paulista – 1953
Rouxinol Mogi

Mogiano, é designer gráfico com trabalhos em vários jornais da região. Pesquisador da história de Mogi das Cruzes há quarenta anos. Recebeu vários prêmios: duas vezes o “Profissionais do Ano” e uma vez “Personalidades de Mogi e Região”, prêmios esses pela divulgação da história de Mogi. Lançou seu primeiro livro “Mogy Antiga”em 11 de dezembro de 2021 onde fala sobre as histórias, curiosidades e personagens da nossa cidade.

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