A Semana



A Independência do Brasil e o Alto Tietê

Sempre houve no Brasil colonial ideias de liberdade política e econômica. A coisa ficou mais intensa no século XVIII sob a influência do iluminismo e exemplos como a independência dos Estados Unidos em 1776, a Revolução Francesa em 1789 e aqui no Brasil, a Inconfidência Mineira também em 1789.
Há documentos que mostram uma revolta na vila de Mogi ocasionada por ordem régia (documento oficial emitido pelo rei ou rainha, normalmente dirigido a uma autoridade ou pessoa específica. Era uma forma de comunicação formal e legal, utilizada para transmitir ordens, instruções, concessões ou notificações de interesse real), em 1697.
Em 1709, moradores de Mogi se juntaram aos paulistas na guerra dos Emboabas.
Em 1710, homens do Vale do Paraíba e Alto Tietê atacaram depósitos de sal da coroa em Santos. Há também registro de conflito na segunda metade do século XVIII, envolvendo camaristas de várias localidades, inclusive de Mogi e o Provedor da Fazenda Real  por causa da cobrança de impostos.
Com tudo isso, claro que o Alto Tietê se articulou com o movimento pela independência do Brasil em 1822.
Nas primeiras décadas do século XIX, nossa região mergulhava numa nova estagnação econômica já que nos Estados Unidos, depois da guerra da Secessão voltava a desbancar com sua produção algodoeira os países concorrentes. Assim, o Brasil volta-se para uma nova cultura mais promissora que o algodão: o café! Grandes fazendas de café já cobriam o sul do Rio de Janeiro e o Vale do Paraíba.
Descrições e pinturas de vários cientistas que passaram por Mogi nessa época, Spix e Martius, Saint-Hilaire entre tantos outros mostravam que o centro urbano continuava como no século anterior: nenhuma evolução!
Em 1822, a Câmara de Mogi se solidarizou com o movimento da independência do Brasil, declarando fidelidade a Dom Pedro contra a coroa portuguesa.
Em agosto do mesmo ano de 1822, Dom Pedro esteve em Mogi, onde foi recebido com muitas honrarias e permanecendo aqui por dois dias.
Em setembro, depois de proclamada a independência, na volta para o Rio de Janeiro, Dom Pedro passa novamente por Mogi onde foi recebido com todas a manifestações de apoio.

Fontes:

– História de Mogi das Cruzes – Isaac Grinberg – 1961

– Almanaque Alto Tietê – 1998

Foto:

 – Área central da vila de Mogi – Thomas Ender


Rouxinol Mogi

Mogiano, é designer gráfico com trabalhos em vários jornais da região. Pesquisador da história de Mogi das Cruzes há quarenta anos. Recebeu vários prêmios: duas vezes o “Profissionais do Ano” e uma vez “Personalidades de Mogi e Região”, prêmios esses pela divulgação da história de Mogi. Autor do livro “Mogy Antiga”, é membro da AMHAL - Academia Mogicruzense de História, Artes e Letras.

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