Dezembro sempre chega apressado. É como se os dias corressem pela rua Dr. Deodato Wertheimer, atravessassem a Voluntário Fernando Pinheiro e desembocassem, sem pedir licença, no coração de cada mogiano. O mês que encerra o ano também abre emoções que, muitas vezes, ficam guardadas nos cantos silenciosos da alma.
Em Mogi das Cruzes, dezembro tem cheiro de chuva forte, de calor abafado e de cidade em movimento. É o comércio cheio no Centro, a pressa no terminal, a decoração de Natal iluminando a praça, os reencontros marcados e as promessas sendo anotadas mentalmente — mesmo que ninguém admita.
Mas dezembro também é o mês em que o tempo parece cobrar tudo ao mesmo tempo: as metas não alcançadas, os sonhos adiados, os encontros que não aconteceram. É quando a saudade aperta — seja de quem foi, de quem está longe ou até de quem mora perto, mas a rotina engoliu.
Por aqui, cada mogiano carrega um pouco desse peso invisível. A cidade, tão viva em seus bairros, parece respirar junto com cada um de nós. E basta observar: tem gente tentando fechar o ano com dignidade, tem gente lutando para recomeçar, tem gente apenas sobrevivendo ao cansaço acumulado. E está tudo bem.
Porque dezembro, apesar de exigente, também é generoso. Ele nos lembra que nenhuma história precisa terminar perfeita. Que cada caminho percorrido antes de 31 de dezembro já tem valor. Que dá tempo, sim: de pedir desculpas, de reatar conversas, de planejar melhor, de sonhar diferente, de cuidar de si.
Em Mogi, dezembro também renova esperança. Ela aparece na fé que se espalha pelas comunidades, nos gestos de solidariedade que brotam silenciosamente, nos projetos que começam a nascer para o ano que vem, e até nas pequenas celebrações onde a cidade parece caber no abraço de amigos.
Talvez esse seja o verdadeiro significado deste mês: aceitar que somos humanos, imperfeitos, cansados — mas capazes de recomeços.
Dezembro nos atravessa, mas também nos devolve ao mundo mais conscientes de quem somos.
Que cada mogiano encontre, neste fim de ano, um respiro. Que o peso invisível de dezembro se transforme em leveza, e que Mogi das Cruzes continue sendo esse lugar onde o tempo pode até correr… mas onde a esperança sempre encontra um jeito de ficar.



