Diretoria defende continuidade do clube e preservação de empregos
O Clube Náutico Mogiano recebeu com surpresa a notícia de que parte de sua área foi declarada de utilidade pública pela Prefeitura de Mogi das Cruzes. Segundo o ex-presidente e interlocutor da instituição, Marcos Furlan, a diretoria não foi consultada antes da publicação do decreto. “Sempre soubemos que, por ser uma área ambientalmente estratégica, poderia existir interesse público, mas não fomos consultados em nenhum momento”, afirmou.
Furlan destacou que o clube segue em plena atividade, oferecendo uma série de serviços à comunidade. Entre eles estão a Faculdade Náutico, com cursos de Educação Física e Fisioterapia que incluem atendimento gratuito à população, e o Colégio Náutico, que atende alunos da Educação Infantil ao Ensino Médio. Além disso, a instituição mantém atividades esportivas como natação, hidroginástica, pilates, artes marciais e projetos sociais voltados para pessoas com mobilidade reduzida, como o Parakobudo, e projetos em parceria com a Prefeitura, incluindo atletismo e paradesporto. Ao todo, cerca de 120 pessoas dependem financeiramente da entidade, entre funcionários diretos, terceirizados e acordos trabalhistas.
Sobre a situação financeira do clube, Furlan explicou que apenas uma das seis áreas do Náutico foi leiloada, sem construções, para quitar antigas dívidas judiciais trabalhistas. “O clube considerou que, se ficasse um pouco menor, poderia sanar dívidas que tramitavam há mais de 15 anos. Essa foi uma decisão estratégica para garantir a manutenção das atividades”, disse.
Ele também manifestou disposição para negociar com a Prefeitura, mantendo parte do clube em operação. “Temos a ideia de ficar com duas das seis áreas, preservando o salão social, o ginásio, as piscinas, a faculdade, o colégio e os empregos existentes. As demais áreas poderiam ser utilizadas pela Prefeitura para um complexo esportivo, remodelando espaços que hoje não são plenamente aproveitados”, afirmou.
Furlan reforçou que o objetivo do Náutico é manter empregos, serviços e atividades oferecidas à comunidade. “Estamos conversando com o Poder Executivo para encontrar um caminho viável para ambos. Com bom diálogo, acreditamos que será possível remodelar uma área subutilizada sem comprometer as funções do clube”, destacou.
Em sua nota, a Prefeitura afirmou que a medida busca preservar um patrimônio histórico, cultural e esportivo da cidade, evitando que a área seja destinada à especulação imobiliária. A administração citou como exemplo o antigo Clube Siderúrgico, transformado no Parque da Cidade, um espaço público de lazer e esporte que mantém viva a memória do antigo clube.
Marcos Furlan finalizou com uma mensagem à população: “Todos os esforços estão sendo empenhados para que o Náutico se mantenha vivo. O patrimônio tem de continuar, e acreditamos que manter parte do clube, mesmo reduzido, permitirá à instituição ser saudável e oferecer mais serviços, lazer e educação aos associados e à população, com uma área pública remodelada ao seu redor”.
Náutico Mogiano, referência histórica e esportiva de Mogi das Cruzes