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Gripe aviária no Brasil: o que já se sabe sobre o surto no RS em 10 pontos

Surto inédito na avicultura brasileira mobiliza autoridades, afeta exportações, provoca prejuízos bilionários e exige contenção rigorosa para evitar o avanço da doença

A seguir, veja os principais desdobramentos sobre o caso que colocou em alerta o maior exportador de frango do mundo:

1. Primeiro foco em granja brasileira

O caso foi identificado em uma granja no município de Montenegro (RS), a cerca de 70 km de Porto Alegre. A notificação das mortes de aves ocorreu em 11 de maio. No dia seguinte, as autoridades interditaram o local, e no dia 15 veio a confirmação de gripe aviária H5N1.
No total, havia cerca de 17 mil aves na propriedade — 15.650 foram encontradas mortas, e outras 1.358 foram sacrificadas. O local está isolado em um raio de 10 km.
Este é o primeiro caso do vírus registrado na avicultura industrial brasileira. Antes disso, apenas aves silvestres ou de criações domésticas haviam sido atingidas.

2. Trabalhador com sintomas foi isolado

Um funcionário da granja foi isolado após apresentar sintomas gripais. Segundo a Secretaria Estadual da Saúde, ele teve contato direto com aves doentes. O caso está sob monitoramento.

3. Prejuízo pode chegar a R$ 1,7 bilhão por mês

O impacto financeiro estimado pode alcançar até US$ 300 milhões mensais, ou cerca de R$ 1,7 bilhão, segundo levantamento do banco BTG Pactual. A suspensão das exportações representa um golpe para grandes empresas do setor, como BRF e JBS, que vinham de bons resultados.

4. Toneladas de ovos descartadas

Ovos da granja atingida foram distribuídos para Rio Grande do Sul, Paraná e Minas Gerais. Como medida preventiva, mesmo sem comprovação de contaminação, o Ministério da Agricultura determinou o descarte dos produtos. Minas Gerais, por exemplo, destruiu 450 toneladas de ovos férteis.

5. Quatro investigações em andamento

O Ministério da Agricultura apura quatro novos casos suspeitos. Uma granja de pintinhos em Ipumirim (SC) e criações de subsistência em Estância Velha (RS), Salitre (CE) e Eldorado do Carajás (PA) estão sendo investigadas. Outras quatro suspeitas já foram descartadas.

6. Contenção em 28 dias, prevê o governo

O plano de contenção foi iniciado em 15 de maio e deve durar 28 dias — período que corresponde ao ciclo do vírus H5N1. Se nenhum novo caso for registrado até meados de junho, o Brasil poderá retomar suas exportações normalmente.

7. Exportações suspensas por mais de 50 países

Ao todo, 53 países suspenderam temporariamente a importação de carne de frango brasileira. Entre eles estão México, Uruguai, Chile, Coreia do Sul, Canadá, Malásia e Argentina. A União Europeia suspendeu as compras automaticamente, seguindo cláusulas contratuais de segurança sanitária.

8. Preços do frango e dos ovos devem se manter

Apesar da queda nas exportações, o ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, afirmou que não haverá grande impacto nos preços internos do frango ou dos ovos. Segundo ele, o mercado deve se normalizar após o controle do foco.

9. Barreiras sanitárias instaladas no RS

Sete barreiras sanitárias foram instaladas no estado para desinfecção de veículos e contenção do vírus. As ações abrangem estradas estratégicas, incluindo a BR-386 e vias vicinais. Até automóveis de passeio são desinfectados em áreas próximas à granja afetada.

10. Consumo de carne e ovos segue seguro

O Ministério da Agricultura garante que o consumo de frango e ovos continua seguro. O vírus da gripe aviária não é transmitido por meio da ingestão de alimentos, apenas pelo contato direto com aves contaminadas. As restrições às exportações seguem protocolos internacionais de precaução.

O caso foi identificado em uma granja no município de Montenegro (RS), a cerca de 70 km de Porto Alegre, com a notificação das mortes de aves em 11 de maio

Redação

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