Casais de Mogi contam como foram os encontros com seus amores
O amor verdadeiro é aquele que atravessa o tempo, supera os desafios, amadurece com as estações da vida e se fortalece com as conquistas do cotidiano. Em Mogi das Cruzes, duas histórias distintas — mas igualmente emocionantes — mostram que o sentimento que une duas pessoas pode nascer de um gesto tímido ou de um encontro inesperado e, ainda assim, se transformar em laços profundos e eternos.
Neste Dia dos Namorados, ocorrido em 12 de junho, celebramos as trajetórias de Agostinho e Carmen Coelho, e de Sidney e Sueli Camacho, que seguem escrevendo, com afeto e cumplicidade, capítulos lindos de amor, companheirismo e família.
Agostinho e Carmen
A história de Agostinho Salem Coelho e Carmen Lucimar Vicente Coelho começou à beira-mar, na Praia Grande-SP, onde suas famílias mantinham casas de veraneio. Ali, entre olhares curiosos e conversas discretas, nasceu uma simpatia silenciosa. O pai de Carmen era rígido e pouco aberto à ideia de namoro, o que fez com que o interesse entre os dois evoluísse com delicadeza e cuidado.
O destino, generoso, deu uma ajudinha: Carmen morava em Mogi das Cruzes, e Agostinho também passou a viver na cidade para cursar a faculdade. A paquera ganhou fôlego com visitas rápidas e trocas de olhares — nada mais. Até que, em 1972, Carmen o convidou para ir ao cinema, acompanhada da irmã e de várias primas. Foi naquele ambiente escuro e mágico que Agostinho, nervoso, segurou a mão dela — e ela permitiu. “Foi só isso, e foi um grande momento”, relembra ele, emocionado. O primeiro beijo só viria seis meses depois, escondido, tornando-o, segundo Agostinho, “o homem mais vitorioso do mundo”.
Durante o namoro, que durou dois anos, flores eram frequentes e o telefone fixo, um aliado do romance. Sair para jantar exigia hora marcada e, para entrar na sala da casa dela, com os pais presentes, foi preciso conquistar muito mais do que a confiança de Carmen.
Em 1974, tomado pela coragem, Agostinho abriu um crediário e comprou um par de alianças. Foi até a casa de sua amada e, sem rodeios, pediu a mão dela ao pai — que, para sua surpresa, aprovou na hora. A partir dali, o compromisso ganhou forma: um ano de noivado e, em 10 de janeiro de 1975, o tão sonhado casamento.
Vieram três filhos: Rafael, Felipe e Guilherme. Depois, três netos: Pedro, João Felipe e Giovana. A família é unida e cheia de histórias, como manda a tradição. “Meus filhos vivem brigando comigo porque encho meus netos de refrigerante e doces. Mas não ligo. Eles adoram e vai ser sempre assim”, diz Agostinho, com aquele sorriso de avô apaixonado.
Ele, dentista e professor por 50 anos, e ela, professora de artes e de crianças especiais, hoje aposentados, colhem juntos os frutos de uma vida construída com afeto, respeito e muito amor. “Casamos por amor. E isso sempre foi o suficiente.”
Sidney e Sueli
Do outro lado da cidade, uma história diferente, mas igualmente encantadora, nasceu em meio ao ronco dos motores e ao charme de uma motocicleta. Sueli Camacho trabalhava no antigo Banco COMIND, na rua Dr. Paulo Frontin, e costumava admirar as motos estacionadas em frente ao prédio. Dentre elas, uma CB400 brilhava aos seus olhos — e junto com ela, o dono: Sidney Camacho, ex-funcionário do banco e figura carismática do local.
Sidney já a observava há algum tempo e, como conhecia os funcionários, se aproximou com naturalidade. Jogava bilhetinhos sobre a mesa dela, fazia charme e frequentava os encontros da turma do banco. Até que, certo dia, ao sair da faculdade, lá estava ele, esperando. Sueli nem hesitou: subiu na moto e, como ela mesma diz, “nunca mais nos separamos”.
Namoraram por dois anos e, quando Sueli descobriu a gravidez de Raphaela, veio a certeza de que era hora de oficializar o amor. O casamento aconteceu na Catedral de Santana, com o querido padre Vicente, e a festa, com 350 convidados, foi realizada no Vila Santista — uma noite inesquecível, cercada de amigos, música e emoção.
A vida em comum foi repleta de trabalho e superação. Sidney, filho de portugueses, passou anos à frente de uma casa lotérica. Sueli foi bancária, professora, cabeleireira e, há 15 anos, é costureira, modelista e estilista, empresária no ramo da moda ao lado da filha Raphaela. As outras duas filhas também trilham caminhos de sucesso: Gabriela é diretora do Meio Ambiente do Estado de São Paulo, e Daniela atua como advogada em um cartório na capital.
Hoje, Sueli e Sidney celebram a chegada do netinho Leonardo, de três anos, como um presente da vida. “Nos sentimos realizados, felizes e consolidados com tudo que a vida nos proporcionou”, conta Sueli, com gratidão. A casa é cheia de esporte, dança, música e muitos motivos para sorrir. “Agradeço à vida por tudo. Tenho uma família maravilhosa e três genros que fazem minhas filhas muito felizes.”
Dois tempos, um sentimento
Enquanto Agostinho e Carmen construíram seu amor com timidez e flores nos anos 1970, Sidney e Sueli viveram um amor intenso e moderno, sobre duas rodas, entre bilhetinhos e aventuras. Mas o que une essas duas histórias é o essencial: o amor genuíno, o respeito, a parceria e o desejo sincero de envelhecer juntos.
Neste Dia dos Namorados, que essas trajetórias sirvam de inspiração para quem acredita que o amor, em qualquer tempo, é feito de cuidado, coragem e presença. Porque o verdadeiro romance não está apenas nos gestos grandiosos, mas na rotina partilhada, nos abraços silenciosos, nos planos feitos a dois — e, acima de tudo, na certeza de que amar é escolher estar ali, todos os dias.
Fotos 1 – Agostinho e Carmen são eternos namorados
Fotos 2 – Sidney e Sueli são companheiros em suas conquistas